Fotovoltaicos flutuantes: Será o futuro?
Portugal tem um potencial enorme para a exploração
deste tipo de solução de geração híbrida de energia.
A barragem do Alto Rabagão em Montalegre foi o local
escolhido para instalar o primeiro sistema de módulos solares fotovoltaicos
flutuantes em Portugal. Além de ser um projeto pioneiro no nosso país,
destacou-se também pelo seu elevado grau de inovação. Uma vez que o sistema
instalado não se trata de um sistema isolado, mas propõe-se a ser um sistema
hibrido. Ele complementa a energia hídrica gerada pela barragem com a energia
solar gerada pelos módulos fotovoltaicos.
A ideia dos módulos solares fotovoltaicos flutuantes
já tem mais de 20 anos. Mas foi desde 2011 que se tornou mais interessante a
nível técnico económico. Momento em que a tecnologia se tornou mais eficiente e
acessível em termos de custo.
As vantagens deste tipo de solução
face à instalação de módulos fotovoltaicos em solo são variadas.
Por um lado, este tipo de sistemas é de fácil
instalação e desmantelamento. E não depende do uso de equipamento pesado para
completar nenhum dos processos. Desta forma, é uma tecnologia escalável.
Tornado viável, caso seja necessário, aumentar a sua capacidade da instalação
consoante as necessidades do cliente. .
A segunda grande vantagem deste tipo de instalações é
a de ser eco-friendly. Os materiais usados são recicláveis. Os módulos fazem
com que a evaporação de água seja menor, e a instalação dos módulos não tem
qualquer impacto no local. Isto porque, não necessita de qualquer tipo de
trabalho de escavação.
Por fim, a última grande vantagem dos módulos solares
fotovoltaicos flutuantes é serem viáveis do ponto de vista económico. Tal é
possível porque têm baixos custos de instalação e geram uma maior quantidade de
energia face aos sistemas de solo. Uma vez a temperatura da água arrefece
naturalmente os módulos e os seus cabos.
A ideia de aliar a energia solar à energia hídrica tem
um enorme potencial para se desenvolver num país como Portugal. Aqui temos
cerca 2.500 horas de luz solar por ano e uma vasta área de lagos artificiais
resultantes da construção de barragens. Estes sistemas híbridos permitem que
durante o dia seja utilizada a energia gerada pelos módulos fotovoltaicos.
Poupando assim a energia hídrica para os períodos noturnos. Além de permitir
reduzir o recurso a energia proveniente de fontes não-renováveis, isto torna as
barragens mais eficientes.
Portugal tem as condições ideais para implementar este
tipo de tecnologia
Sabendo que Portugal é uma país com as condições
ideais para a exploração da tecnologia associada à energia solar. E
apercebendo-se das potencialidades dos sistemas híbridos. A EDP decidiu avançar
com este projeto piloto de forma a provar a sua viabilidade. Uma questão
importante no desenvolvimento do projeto foi a escolha do local para a sua
instalação. Com dezenas de barragens disponíveis ao longo de todo o território
nacional. A barragem do Alto Rabagão mostrou-se como a mais desafiante das
barragens. Portanto, perfeita para provar a viabilidade de continuar a explorar
soluções deste género no futuro.
Dado o carácter pioneiro e inovador do projeto, a EDP
aliou-se a outras empresas do sector para levar avante o seu plano. A primeira
foi a Ciel & Terre International, empresa francesa que atua a nível mundial
e que é a detentora da patente dos módulos solares fotovoltaicos flutuantes. E
que, ao longo dos anos, tem vindo a desenvolver esta tecnologia e a torna-la
mais eficiente. A outra empresa escolhida como parceira foi a Energia em
Conserva. Coube à Energia em Conserva a responsabilidade de Projetar e
seleccionar os equipamentos tendo como objetivo os baixos custos de manutenção.
Bem como efetuar a instalação da montagem do sistema flutuante, dos sistemas
eléctricos em corrente continua e do avançado sistema de monitorização.
O sistema foi inaugurado no dia 30 de novembro de
2016. Tendo sido instalados 840 módulos solares fotovoltaicos com uma
capacidade instalada de 220 killowatts. Isto permite, no primeiro ano, gerar
cerca de 332 megawatts por hora, o que equivale ao consumo anual de cerca de
100 casas particulares.
Foi para nós, na Energia em
Conserva, um enorme orgulho participar num projeto desta dimensão.
É sempre desafiador e enriquecedor abraçar projetos
nunca antes realizados. Além da aprendizagem que nos proporcionou, demonstrou
ainda que existe no nosso país um interesse crescente em procurar novas formas
de explorar os recursos em que somos ricos. Também provou que atuamos num
sector com gente capaz. E isso só nos pode fazer esperar o melhor para o futuro
das energias renováveis em Portugal.
Outra lição que consideramos importante é a de ainda
estarmos longe de ter esgotado as soluções que a tecnologia atual nos permite
desenvolver. A inovação surge, invariavelmente, do saber aproveitar, de novas
formas, as tecnologias já amadurecidas e que já deram provas anteriormente.
Como foi dito anteriormente, Portugal tem um potencial
enorme para a exploração deste tipo de solução de geração híbrida de energia.
Existe um sem número de barragens de norte a sul do país com potencial para se
tornarem mais eficientes. Desejamos que a repercussão deste projeto seja
exatamente a continuação da exploração desse potencial.
Artigo publicado na revista Renováveis Magazine número
29.
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