O número de projetos fotovoltaicos está a aumentar rapidamente em Portugal e, com esta expansão, aumenta a potência a instalar e, consequentemente, a complexidade de desenvolvimento destes projetos. Gerir o projeto e a construção de projetos de grande escala (Utility Scale – US) é um desafio. No entanto, a complexidade de gerir a colaboração entre os vários intervenientes dos quais dependemos para o desenvolvimento destes projetos cria um conjunto único de desafios, que podem comprometer a entrega dos mesmos e muito mais. Estes grandes projetos fotovoltaicos exigem investimentos consideráveis, financeiros e não só. Como tal, a última coisa que projetos desta magnitude precisam é de atrasos que culminam em derrapagem de orçamentos e de prazos.

A gestão de risco em projetos de US exige uma análise cuidada de todos os segmentos e fases distintas dentro do ecossistema da energia solar. Estes projetos assumem várias fases e cada uma delas pode ser mais intrincada que a próxima. Os projetos iniciam-se no financiamento, projeto e engenharia sendo seguidos de licenciamentos vários, procura por módulos fotovoltaicos e restante procurement e apresentação de proposta para balance of system (BOS). Posteriormente, intervém a logística das entregas, a construção do parque, o comissionamento e a operação e manutenção da central (O&M).

O planeamento, gestão e programação eficazes de cada uma das fases indicadas anteriormente é fundamental para o sucesso de cada projeto. O ciclo de vida de um projeto solar é longo, pelo que qualquer distúrbio nos cronogramas estipulados pode causar impactos na pipeline de projetos existente.

Desde as visitas aos locais (site survey), estudos de viabilidade, contratos com proprietários e de ligação, até ao financiamento e licenciamento, estas etapas cruciais necessitam ser monitorizadas em tempo real para garantir que todas as peças se interligam para o arranque do projeto. Como os gestores de projeto estão a gerir várias fases, deliverables e os stake e shareholders, a coordenação correta de todas as partes e dos vários departamentos internos torna-se essencial.

Ao realizar projetos solares US é essencial garantir a correta interligação entre os departamentos, sendo que diferentes equipas utilizam metodologias diferentes. Estas equipas são constituídas por especialistas multidisciplinares: Engenheiros, Empreiteiros, Investidores, Fiscalização, Advogados, Entidades Públicas, Especialistas em Licenciamentos, Operações e Regulamentação. Estes são apenas alguns dos exemplos das partes envolvidas em todas as fases, pelo que um dos segredos para manter os projetos no caminho do sucesso é garantir que exista uma colaboração em tempo real.

Todos os envolvidos na cadeia de valor de um projeto fotovoltaico estão sujeitos a vários níveis de risco. O objetivo da gestão do risco é mitigar problemas e atrasos dispendiosos, como tal, garantir e promover uma boa comunicação entre as partes interessadas é um passo na direção certa para gerir o risco do projeto. Se todos partilharem e trabalharem com a informação atualizada, os desafios podem ser resolvidos de forma mais eficiente, com um ritmo mais elevado e sem efeito negativo no custo do projeto.